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Mostrando postagens de junho, 2013

Apenas?

Reanimo as canções em meu coração Lá no fundo, os pensamentos são apenas furacão Isso é um tanto muito De tão muito do pouco e de tudo Tão convexas conversas paralelas Dialogando em diagonais Nos horizontes de nossas visões Verticalizando nossas vidas Nos ângulos obscuros da verdade inaudita E ainda assim a vida não para A vida não cala Ela não se abala A vida não cessa de ser chata Ela não cansa de ser bela Ela que de tão ela nunca deixará de ser sempre ela Os versos nem sempre precisam ter conexão As ideias nem sempre precisam chegar com precisão É tudo meio mundo difuso, confuso

Querer...

Seu guarda-chuva me aguarda Debaixo daquela chuva aguada Mas eu não vou Eu quero me molhar Olhar os sorrisos mortos E eles não me fazem suspirar Esses olhares que de tão mortos Só me fazem acreditar Eu não sou daqui Eu não sou dalí Eu não sou de nenhum lugar De onde seria um coração que não se aquieta onde está Mas tem medo de caminhar? Talvez não saiba o que querer Sabendo onde está Os olhares que amedrontam Fazem respirar Num canto sombrio Dia nublado Sol à meio brilho Um dia fora um dia assim tão calado

Conto

Conto a verdade ou apenas um conto para fantasiá-la. Jogo-me de um abismo para encontrar, quem sabe uma maneira de me fantasiar de ar. Desaparecida utopia. Aparecida em sonhos seus de outrora. Sonhar com o que irá acontecer. Premonição premeditada de ilusão cultuada. Sons de água, estou sob ela. Afogada até o pescoço. Mergulhada. E conto a verdade para melhor fantasiá-la de uma disritmia acentuada.

Recomeço.

Ela vaga por uma rua chamada recomeço. Lá não encontra ninguém conhecido, anda mais alguns passos e entra numa rua onde já vislumbra rostos de formas conhecidas, de muitas contorções sofridas. As suas formas. Corre em direção oposta e esbarra em uma criança chorosa. Ela se reconhece! Chora e corre novamente, dá de frente com uma jovem escondida. De novo se reconhece! Corre para se esconder. E escondida encontra uma mulher. Essa chora, se esconde, sofre. E ela novamente se vê. E decide não mais correr, se esconder, chorar e sabe que sofrer é apenas consequência de algo. Ela anda firme por uma rua chamada recomeço.

Ela e o mar...

Ela na verdade queria ver o mar, mas disseram que piscina já bastava, era água do mesmo jeito, no máximo eles poderiam jogar um quilo de sal na água para que se parecesse mais ainda com a água do mar. Ela não entendia o motivo dos desentendimentos alheios em relação às suas convicções. Ela sabia que piscina não se compararia jamais ao mar, à imensidão do mar, uma quase infinidade que só se aquietava quando encontrava terra. FIM.

Carne e amor...

Naquele fim de noite Tantos sonhos Tantas canções Ventos sopram aqui As belas convicções de vossos corações Dúvidas, certezas Movendo os sentimentos Amores inexpressíveis ou inexprimíveis Acalentando os pensamentos E no dia que amanhece De sol que ilumina tudo, tudo mesmo Os rostos, os corpos, as ideias É tudo igual Carne e amor...

Penso

Penso na cor dos olhos teus No teu cabelo onde passo minhas mãos Em teu corpo que admiro Tuas mãos tocando minhas face Vejo a noite cair em cima de nós Um céu estrelado Estranho azul E a lua que nos segue, ilumina Aflora minha imaginação E nesse contexto Despedaço minhas utopias E Faço colcha de retalho de minhas teorias

O que é?

Tudo escrito e derramado Loucuras de alguém Que pensa muito e fala pouco É a tempestade Nós pensamos muito mais do que supomos Muita coisa mata O que te mata? Ela vem chegando Devagar, correndo Escorre do pensamento Sorrindo à toa Cantando Escorrega de suas mãos É o seu destino Não sabemos o que é E você quem é? Por que vive sorrindo? E nada mais...

Sobre as manifestações

Despidos de máscaras vamos às ruas para dizer aos crápulas que parem. Quem aguentaria eternamente as mazelas impostas à um povo que aguenta tudo calado, parado? Esse povo que de tanto apanhar um dia gritou! Queremos viver de dignidade, mas primeiro temos que passar por cima das indignidade alheias, dos poderosos que abortam nossa educação, nossa saúde, nossa cultura, nosso lazer, nossa política, enfim, abortam esse nosso Brasil que agora se faz gigante. Eles nos destroem, eles nos deturpam, eles nos podam. Seria a bandeira brasileira um prenúncio à ditadura? Porquê apenas uma estrela acima de Ordem e Progresso, se um país é feito de um povo? O povo não pode, não se deve deixar estar por baixo nunca! Esse país, como disseram, está com a Ordem em Progresso. Assim esperamos! E que não seja fogo de palha o que se vê, que não seja apenas por um mês e nada mais! Que aqueles que mancham de vandalismo a manifestação sejam arrastados para o outro lado, pois o povo que manifestar-se de forma ju

Chuva.

O dia amanheceu chuvoso, preguiçoso. E nessas condições é complicado o corpo querer levantar da cama quentinha, desarrumada. Espreguiça aqui, acolá. Sente que estão frias suas extremidades, pensa que dá pra ficar mais uns minutinhos, põe o despertador na soneca de poucos cinco minutos e pensa no dia que terá, no friozinho que vai ser esse dia em questão e lá se foram os minutos e levanta. Se põe lentamente à ir ao banheiro, passa pelo menos um minuto embaixo do chuveiro fechado, pensando e pensando, se levando em memórias de infância, em banhos na chuva, ainda sente a chuva batendo e a boca aberta a receber os pingos. E liga o chuveiro, água gelada cai, primeiro um dedo, depois o pé, logo após a mão, depois uma parte do corpo e por último os cabelos e o banho acontece ora agoniante de tanto frio, ora já prazeroso e acaba. Veste a roupa ainda tremendo de frio e vai merendar, pensa no café quentinho que amansará o frio que sente. E toma o café e esse lhe serve de quente cobertor interno

Céu azul, o som...

Um céu tão azul e ouço o som Ali eles cantam um embolado E se embolam corpo e corpo Perna e perna E sob esse céu azul cantam aos mares Que eles levem a paz E eles levam a canção à todos E todos ouvem e levantam as mãos aos céus E o céu batuca um samba Som de malandro, som de bamba, som de quem ama O céu chove, escurece E eles correm para não se esconder

Menina...

Mistério em teus olhos Menina faceira Lolita em meus sonhos A tua cabeleira ao vento Em deserto distante que quero me perder Tua aura um enigma Me faz delirar Gritar paixões no meio da rua Me faz cambalear Livremente se põe pra longe Alçando voos perto de minha covardia Minha menina Tão linda, distante de mim

Poesia de amor...

Faço de teu corpo morada Seria até tua eterna namorada Mesmo na inconstância que sigo Me deixo levar pelo teu gingado Assim tão faceiro a me olhar Te deixo sempre me levar Canto canções de amor E nem sei contigo aonde vou E vem, leva-me daqui Até ao sol poderia ir Sem me deixar reclamar Mesmo na inconstância que vou Me faço inteira sua E não sei se vivo com a cabeça na lua Te digo que seria até uma eterna namorada

As minhas...

E então, eu que sou ruim de dar títulos aos meus escritos, às minhas poesias(?), fico pensando, pensando... o que fazer, o que falar, o que temer, o que gostar... Tudo se mistura na minha cabeça miúda, nos meus pensamentos muitos, no silêncio que gosto de escutar, nos gritos que ainda tenho por dar... Penso em tudo que me faz ter raiva, em tudo que me faz feliz e até infeliz... Em tudo que me dá saudade, que me arde de felicidade... Em palavras muitas que se desconectam ao fim, do começo de meus escritos. E fico sem entender, sem me entender, já entendendo desde já. E faço de títulos um sem fim de desabafos, desengasgos, sem que eles sejam necessariamente o que são ou o que serão, o que não são. Viver entre enredos de fantasias ou melhor reino de utopias, não vivo entre esses enredos, mas vivo neles sem me distanciar do que se diz ser realidade e já se acabam por aqui as palavras, se acabam por aqui as ideias, se deixam por aqui as coisas abobalhadas...

E então, eu que sou ruim de dar títulos aos meus escritos, às minhas poesias(?), fico pensando, pensando...

A música ecoa ao longe de minha sensibilidade E chega até mim falha, fraca, parando E eu recuando, ressoando, ecoando Sentindo, fingindo, caindo E perto de mim migalhas do eu que sou, que serei E agora ela ecoa cá, perto de mim E eu amando, sonhando, contando quem serei eu...

Liberdade!!!

No telhado que subo, desço correndo e caio. Me machuco toda, choro e volto a fazer o mesmo. Como erro que não cessa de se fazer presente, erro. Me deleito com esse erro que me traz a sensação de liberdade. Liberdade essa pela qual muitos lutam, pela qual muitos rezam, a qual muitos prezam. Liberdade!!! Corro pela rua, entre os carros, a sensação é única!!! É minha, só minha, ninguém mais a possui. Eu vou correndo em busca de minha pessoa, que se encontra em mil pedaços pelo mundo, encontra-se apaixonada pela vida, encontra-se em falta de ar de tanta paixão. E me acabo novamente em liberdade. Sigo o caminho que trilho, sigo nos trihos do trem uma bela caminhada...

Aff que não aguento mais falar de poeta, esse ser multifacetado, tão amado ou odiado, o poeta que grita, que ruge, que canta...e ainda que silencioso, os olhos lhe falam...

Poeta das verdades malditas Das verdades não ditas Dos personagens fantasmas Das históras ficticias Dos amores sacanas Poeta das rimas inconclusas Das ideologias confusas Das falsidades indiretas Das artimanhas incompletas Poeta das vilas Das ruas permeadas Das fotografias desfocadas Das meninas sem lar Dos meninos em  bar Poeta dos cachorros que ladram Dos bêbados quem cantam valsas Das poesias que compõem baladas Da vida que de tão sua se esvai

Dança bailarina...

Me encontro em teus braços E busco os olhos teus Feito menina quero colo Os carinhos todos meus Danço feito bailarina Te olhando pequenina E busco no compasso A essência em nossa rima Minh'alma desabrochada Em teu corpo assim deságua E na infinidade de nós Desamarro o nó que me faltava Danço feito bailarina Te olho assim de cima E busco em teu compasso A essência em nossa rima

Um grito no meio da noite...

Meia-noite e os gritos ecoam como notas destoantes Entoam-se então valsas escondidas Farsas esculpidas E as denegridas moças que andam às beiras de praias mortas Ouvem os gritos de meio de noite e silenciam Numa paz que flui de seus interiores A paz, rompe-se em gritos de clamor O grito, esvai-se em silêncio E o corpo em pleno torpor apenas ouve...