Boca de escrever poesia

Todas, todos, tudo mesmo Os gritos, os sussurros Os livros As canetas, os pincéis, os papéis As dores e os painéis As artes presentes nas mentes Mentes refletindo agonia refletindo insensatez Invadidas pelo caos épico Sem o caos não há sobrevivência, não há vivência Terreno ocupado pelas ideias, pela ideia Terreno mental movimentando o corpo Pinturas à imagem e semelhança do ser...

Um dia levantou-se e foi até o quarto vizinho, lá havia uma grande pintura feita à mão, desenhada na parede, era uma grande floresta, árvores, folhas verdes, amarelas, marrons. Animais de todas as espécies, pessoas espreitando toda essa beleza e seres diferentes de tudo o que ela já vira. Maravilhou-se e voltou a dormir, deitou no chão daquele quarto e sonhou, em seu sonho haviam árvores, folhas, pessoas, seres e ela logo aproximou-se deles e conversaram e sorriram e sentiram-se que eram todos um só. Toc, Toc. Ela acordou, alguém chamava à porta. Quem seria essa hora dia? Ela olhou o relógio e espantou-se, já eram nove horas de alguma noite, desesperada levantou-se, já sabia quem batia à porta, eram seus pesadelos, eles vinham atormentá-la toda santa noite, atormentavam-na com suas trapalhadas, suas bizarrices, suas gargalhadas horrendas e de onde vinham essas criaturas. Toc, Toc. Ela acordou. Quem seria aquela hora da noite? Ela espiou pela janela e viu que era dia, o sol não raiava

Silêncio que se encontra no mundo exterior, mas no mundo interior o que há é o barulho ensurdecedor Dizem que o silêncio é de ensurdecer, e é... Silêncio que fere, distrai, atrai, melancolia que se refaz a cada instante de silêncio, respostas encontradas a cada minuto de silêncio. Esse silêncio repleto de dualidades, o som do silêncio está repleto de dualidades O silêncio persegue O silêncio é um hábil senhor de si O silêncio... Esse com o qual milhares convivem sem se importar, ou sem nem perceber o mundo no qual estão O silêncio... Esse que traz consigo tantos significados relativa ou verdadeiramente significativos O silêncio... O grito rasga o silêncio, mas este permanece imóvel, aparentemente intacto, indestrutível O grito esperneia diante desse silêncio brutal O silêncio da mente Por fim o silêncio...

A lua que encanta os ébrios poetas Veio de mansinho, já imponente depois de um tempo majestosa Traz as lembranças boas, lembranças...

O desejo de calar a boca sentindo o gosto da saliva O suor que escorre e o asco que ocorre, mas não afasta, do contrário, esses corpos aproximam-se na ânsia de se terem O espelho reflete os rostos desses dois amantes e os faz tão lindos, e é por amar que ocorre a eles de inventarem fantasias e realidades, tão belos esses seres a se amar A conversa que só se cala  ao som da música, daquela(s) música(s) ou à violência das carícias impulsionadas pelo fervor da gana de ter nas mãos o corpo inteiro, a alma inteira As lembranças sempre repetidas, mas que nunca repetidas são, lembranças que encantam pois trazem em si sempre os tons de outrora...