Ela estava sentada, lendo, bela como sempre e do nada começou a chorar. Levantou-se, caminhou até uma grande árvore que ficava do outro lado da rua e subiu nela, de lá podia ver as montanhas, os telhados das casas e o que se fazia secretamente por sobre as lajes, ela ria, gargalhava e chorava. Aquela árvore certo dia foi arrancada de seu lugar e foi então construído um grande arranha-céu, onde o vento batia e nada acontecia. Ela ficou tristemente arrasada e como consolo os donos daquele prédio deixaram que ela subisse até o topo, quando quisesse e assim como fazia quando existia a árvore, ela podia ver toda a beleza que a rodeava, mas essa beleza já não existia mais, aqueles telhados, lajes, safadezas, montanhas, nada mais existia, e ela chorou, chorou e desceu de lá e olhou para o alto e nem o céu era possível ver e pôs-se a chorar novamente até que as lágrimas cessaram dando lugar à uma força que a fez gritar para aliviar toda a dor que sentia e enfim pode conformar-se com a ignorâ
Assim, fazendo das palavras poesia é que me satisfaço...