Pular para o conteúdo principal

Chuva.

O dia amanheceu chuvoso, preguiçoso. E nessas condições é complicado o corpo querer levantar da cama quentinha, desarrumada. Espreguiça aqui, acolá. Sente que estão frias suas extremidades, pensa que dá pra ficar mais uns minutinhos, põe o despertador na soneca de poucos cinco minutos e pensa no dia que terá, no friozinho que vai ser esse dia em questão e lá se foram os minutos e levanta. Se põe lentamente à ir ao banheiro, passa pelo menos um minuto embaixo do chuveiro fechado, pensando e pensando, se levando em memórias de infância, em banhos na chuva, ainda sente a chuva batendo e a boca aberta a receber os pingos. E liga o chuveiro, água gelada cai, primeiro um dedo, depois o pé, logo após a mão, depois uma parte do corpo e por último os cabelos e o banho acontece ora agoniante de tanto frio, ora já prazeroso e acaba. Veste a roupa ainda tremendo de frio e vai merendar, pensa no café quentinho que amansará o frio que sente. E toma o café e esse lhe serve de quente cobertor interno que lhe tira parte daquele frio que o faz pensar que quando sair, o frio estará pior e pensa que deve sair de jaqueta ou algo de semelhança que o aconchegue diante do frio, roupas de frio é o que precisa e sai para o trabalho. Chove. Ele de guarda-chuva vai até a parada de ônibus e lá o aguarda. Ele chega. E de repente o sol sai a pino, quente, agoniante máquina de fazer calor escaldante. Ele empacotado derrete parte por parte. Não pode se despir de suas escandalosas e calorosas roupas de frio. Um grito. Acorda.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Entre ruas e poesias

Como se já não fizessem canções de amor do outro lado da rua ventania Correndo pra não andar pra trás Poesias de amor ou não Será que tanto faz? Vivendo atrás de utopias De amar entre coisas vadias Carros em avenidas Ruas coloridas de encanto Paixões na escadaria Nosso eterno espanto Olhando o barco se afastar Remando com as mãos Pra quem sabe um dia chegar E nunca mais se ausentar Do amor que ali está Vivendo entre ruas e poesias Paixões cheias de fantasias Ilusões não cabem aqui

Poeta

Você, tão poeta e tão menino Com suas certezas e medos Incertezas reprimidas E sua vida tão mal ouvida Tuas poesias tão frágeis Teus olhares tão transparentes Tua água transbordando o copo Tua vida a insaciedade Insanidade tua de cada dia Beleza rara tão aplaudida Poeta homem Ontem menino Hoje não é tarde demais para se entender