Ela estava sentada, lendo, bela como sempre e do nada começou a chorar. Levantou-se, caminhou até uma grande árvore que ficava do outro lado da rua e subiu nela, de lá podia ver as montanhas, os telhados das casas e o que se fazia secretamente por sobre as lajes, ela ria, gargalhava e chorava. Aquela árvore certo dia foi arrancada de seu lugar e foi então construído um grande arranha-céu, onde o vento batia e nada acontecia. Ela ficou tristemente arrasada e como consolo os donos daquele prédio deixaram que ela subisse até o topo, quando quisesse e assim como fazia quando existia a árvore, ela podia ver toda a beleza que a rodeava, mas essa beleza já não existia mais, aqueles telhados, lajes, safadezas, montanhas, nada mais existia, e ela chorou, chorou e desceu de lá e olhou para o alto e nem o céu era possível ver e pôs-se a chorar novamente até que as lágrimas cessaram dando lugar à uma força que a fez gritar para aliviar toda a dor que sentia e enfim pode conformar-se com a ignorância humana.
A casa era cheia de altos e baixos Haviam muros altos Pensamentos baixos Haviam portas altas Coragem baixa Havia Tvs altas, nas alturas Voz baixa Havia camas altas Corpo baixo Os altos daquela casa, gritavam Os baixos, sussurravam Até que os baixos da casa não quiseram mais sussurrar E quando começaram a gritar Teve choro Teve sentimento Teve lamentação e arrependimento Teve cura...
Comentários
Postar um comentário