Eram cinco da tarde, talvez fosse
uma quarta feira, na verdade estavam perdidos com relação à tempo, datas e
todas essas convenções, estavam despertos apenas para os sentimentos que
permeavam seus pensamentos naqueles dias de amor intenso, de carinhos
constantes, de conversas calorosas, de abraços prolongados, de beijos cheios de
ternura. Ora, tem de se haver um momento na vida em que se esquece de tudo, um
momento para jogar-se na mais bela história, em que se perde dentro de seus
próprios sonhos. Ora, isso seria pecado para esse mundo que supervaloriza a
abundância materialista? Sim, é pecado. Mas pecado, pecado mesmo é se entregar
à essa terra de pessoas sem lei, pessoas sem alma, pessoas sem vez. Bem, eram
já nove da noite quando eles resolveram voltar à “vida real”, mas já não eram
mais os mesmos. Amém, Amem!
Encontra-se nessa pele de pura inspiração um corpo que dá moldes à imaginação e que quer dar asas à sua vida e voar... E sentir a brisa lá de cima... E seguir amando e sonhando... Ela segue, sim, ela segue... Reinando em um mundo criado e agora encrustado em si. Encontra-se nesse corpo uma alma... Uma alma que sonha e que liberta-se de medos a cada segundo que se passa... E liberta-se sem medo, a cada vento que sopra... E liberta-se, liberta-se... Encontra-se nessa alma, sentimentos... Esses que a guiam, que mostram metade do caminho, esperando que ela encontre a outra metade sozinha... Encontra-se nesses sentimentos... Ela encontra-se...
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