E assim, sem rimas, nem bajulações, nasceu a primeira escrita. Escrevia sobre tudo, sobre o sol, sobre a noite, sobre o dia e de repente se via em meio a rimas. Assim, escrevia novamente, dizendo a si mesma que nunca mais haveria de rimar, nem que fosse a última coisa que fizesse, e sorria. Desesperadamente tentando livrar-se das loucuras, escrevia, terminava, lia e sorria. E de novo, se via em meio a rimas, olhava-se no espelho, admirava suas meninas e timidamente sorria. E assim, em meio a fugas, escrevia sobre si, sobre a sua poesia, cheia de rimas, totalmente sem rimas, e enchia-se de versos tortos de si, cheios de si, cheios de graça, e sorria. Sua vida era isso, sorrir. Sua vida era aquilo, angústia. Sua vida estava ali, esperando-a. Sua vida era um misto de tudo, enrolado em preguiça.
Encontra-se nessa pele de pura inspiração um corpo que dá moldes à imaginação e que quer dar asas à sua vida e voar... E sentir a brisa lá de cima... E seguir amando e sonhando... Ela segue, sim, ela segue... Reinando em um mundo criado e agora encrustado em si. Encontra-se nesse corpo uma alma... Uma alma que sonha e que liberta-se de medos a cada segundo que se passa... E liberta-se sem medo, a cada vento que sopra... E liberta-se, liberta-se... Encontra-se nessa alma, sentimentos... Esses que a guiam, que mostram metade do caminho, esperando que ela encontre a outra metade sozinha... Encontra-se nesses sentimentos... Ela encontra-se...
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