E assim, sem rimas, nem bajulações, nasceu a primeira escrita. Escrevia sobre tudo, sobre o sol, sobre a noite, sobre o dia e de repente se via em meio a rimas. Assim, escrevia novamente, dizendo a si mesma que nunca mais haveria de rimar, nem que fosse a última coisa que fizesse, e sorria. Desesperadamente tentando livrar-se das loucuras, escrevia, terminava, lia e sorria. E de novo, se via em meio a rimas, olhava-se no espelho, admirava suas meninas e timidamente sorria. E assim, em meio a fugas, escrevia sobre si, sobre a sua poesia, cheia de rimas, totalmente sem rimas, e enchia-se de versos tortos de si, cheios de si, cheios de graça, e sorria. Sua vida era isso, sorrir. Sua vida era aquilo, angústia. Sua vida estava ali, esperando-a. Sua vida era um misto de tudo, enrolado em preguiça.
A casa era cheia de altos e baixos Haviam muros altos Pensamentos baixos Haviam portas altas Coragem baixa Havia Tvs altas, nas alturas Voz baixa Havia camas altas Corpo baixo Os altos daquela casa, gritavam Os baixos, sussurravam Até que os baixos da casa não quiseram mais sussurrar E quando começaram a gritar Teve choro Teve sentimento Teve lamentação e arrependimento Teve cura...
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