Assim que a poesia devorou meu primeiro fio de cabelo, eis que logo se alastrou pelo corpo inteiro, fez morada em minhas mãos, fez morada em minha mente, fez morada em meus olhos, fez morada em meus sentidos, fez morada em minha pele, fez morada em meu vazio... Assim que a poesia devorou-me, regurgitou-me, em um ciclo sem fim, nunca mais estive aqui sem antes sentir, nunca mais pus os pés no chão, sem antes voar, nunca mais tive medo, nunca mais... Assim que a poesia devorou a última célula de meu corpo, senti que acabava de começar a viver...
A casa era cheia de altos e baixos Haviam muros altos Pensamentos baixos Haviam portas altas Coragem baixa Havia Tvs altas, nas alturas Voz baixa Havia camas altas Corpo baixo Os altos daquela casa, gritavam Os baixos, sussurravam Até que os baixos da casa não quiseram mais sussurrar E quando começaram a gritar Teve choro Teve sentimento Teve lamentação e arrependimento Teve cura...
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