Assim que a poesia devorou meu primeiro fio de cabelo, eis que logo se alastrou pelo corpo inteiro, fez morada em minhas mãos, fez morada em minha mente, fez morada em meus olhos, fez morada em meus sentidos, fez morada em minha pele, fez morada em meu vazio... Assim que a poesia devorou-me, regurgitou-me, em um ciclo sem fim, nunca mais estive aqui sem antes sentir, nunca mais pus os pés no chão, sem antes voar, nunca mais tive medo, nunca mais... Assim que a poesia devorou a última célula de meu corpo, senti que acabava de começar a viver...
Encontra-se nessa pele de pura inspiração um corpo que dá moldes à imaginação e que quer dar asas à sua vida e voar... E sentir a brisa lá de cima... E seguir amando e sonhando... Ela segue, sim, ela segue... Reinando em um mundo criado e agora encrustado em si. Encontra-se nesse corpo uma alma... Uma alma que sonha e que liberta-se de medos a cada segundo que se passa... E liberta-se sem medo, a cada vento que sopra... E liberta-se, liberta-se... Encontra-se nessa alma, sentimentos... Esses que a guiam, que mostram metade do caminho, esperando que ela encontre a outra metade sozinha... Encontra-se nesses sentimentos... Ela encontra-se...
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