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1 minuto...

Faltava apenas 1 ínfimo minuto para meia-noite e seu coração já batia tão aceleradamente que o ar se fazia rarefeito, e ainda sob o efeito dos entorpecentes poéticos, ria-se como criança que nada tem a perder com suas sinceridades. Meia-noite e lá vinha a bela figura em forma de gente, cantando mais versos de êxtase. Românticos na avenida, saiam a gritar, dançando cambaleantes, esquecendo-se sempre dos que querem paz à meia-noite, mas ninguém estranhamente importava-se, era a tradição outrora inventada e nunca enfeitada. 
Os versos eram naturais, e nunca escrevera-se uma linha, de modo que tudo de certa forma perdia-se no ar, viajava para ouvidos de outros românticos afastados e pela oralidade esses versos tornavam-se imortais, sendo sempre contextualizados nas terras onde caiam, mas nunca perdendo a essência daqueles de quem originaram.
Suas melodias imitavam os versos e eram de um erotismo tão arrepiante que os que ouviam não se continham, pensavam e realizavam suas orgias,  mas não eram daquelas orgias desesperadoras, sem beleza, elas na verdade tinham um modo sutil de ser, era lindo.
Faltava 1 minuto para às 5 da manhã, e esse passava tão depressa que lhes aperreava a alma, mas por saberem que a meia-noite os aguardava, se enchiam de paz e assim repousavam, os corpos nus distantes fisicamente um do outro, pois suas almas estavam para sempre interligadas uma à outra...

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Poeta

Você, tão poeta e tão menino Com suas certezas e medos Incertezas reprimidas E sua vida tão mal ouvida Tuas poesias tão frágeis Teus olhares tão transparentes Tua água transbordando o copo Tua vida a insaciedade Insanidade tua de cada dia Beleza rara tão aplaudida Poeta homem Ontem menino Hoje não é tarde demais para se entender