Com a voz cambaleante, doce e embriagante, ele pôs-se a cantar. E era tão bela aquela voz que gritava sonhos, gemia palavras, sussurrava delírios. E ainda com aquela sua voz cambaleante, ele declarou-se ao mundo, bradou aos quatro ventos todo o seu amor. Todo o seu despudor. Toda a sua arrogância, hipocrisia, ignorância. Todo a sua essência era ali, despida sem pudor. Sua alma mal se cabia de tanta liberdade. A sua vida se acabava lá onde palpitavam os corações apaixonados e recomeçava aqui onde esses mesmos corações continuam sem parar. A sua mente voava que nem passarim, procurava ninho, assim como também o céu imenso de ideias. Seu mundo intenso de ousadia.
E ainda com aquela voz que suspirava devaneios ele se pôs à rua, sem medo de amar...
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